16/01/2008

Quanto mais simples melhor! - Parte I

A primeira lei da simplicidade explorada por Maeda é a da Redução. Para ele, “o caminho mais simples para chegar à simplicidade é a redução inteligente”. Ele dá o exemplo do DVD. Se você só usa 5 botões, para que todos os outros? O problema é: e se eu precisar (ou quiser) fazer alguma outra coisa além de pausar, ir pra frente, pra trás e ver o filme? O limite entre o que é realmente necessário e o que é supérfluo é muito tênue, e, evidentemente, depende muito do usuário.

Maeda diz que não é fácil atingir esse ponto “ideal” entre complexidade e simplicidade, esse processo é complexo, mas é importante que ele exista, para que o produto que está sendo desenhado, o projeto que está sendo construído ou a idéia que está sendo posta em prática possam ser, no final, de fato simples. O processo para atingir a simplicidade pode até ser muito complexo, mas pode ser “resumido” nessa idéia – reduzir. Se estiver em dúvida, diz Maeda, descarte. Mas tenha cuidado com o que descartar.

Acreditamos que a primeira regra para saber “o que reduzir”, ou “o que tirar”, seja em um produto ou em um projeto, é pensar com “foco”. Por exemplo, se o foco é a usabilidade do usuário, a interface deve ser simplificada ao máximo, de acordo com as expectativas (de utilização) desse usuário. Ora, só sabemos quais são essas expectativas quando conhecemos muito o usuário. Ou seja, investindo em pesquisa e mais pesquisa. Se os seus usuários são muitos, é preciso encontrar um padrão que sirva para a maioria. Ou optar por trabalhar com pequenos nichos. Se o foco é economizar, as reduções precisarão ser no tipo de material, ou no número de funcionários envolvidos no processo. Se o foco é ter mais tempo para a família, as reduções devem ser no campo do trabalho. E por aí vai.

Resumindo, só é complexo simplificar se você não tem um objetivo definido. Se tem, é só agir de acordo com ele.

E se, como costuma acontecer na maioria dos negócios, o objetivo não for um só, mas “muitos” (é preciso economizar e atender às expectativas dos clientes, é preciso investir em qualidade e em segurança, ter mais tempo e mais trabalho, etc. - é preciso, enfim, lidar com mil e uma variáveis)?

Ora, nesses casos, a regra de Maeda continua valendo: diminua então as variáveis. Qual delas é a mais importante? Quando se fala em foco, é importante que ele seja simples, para que os passos seguintes sejam mais fáceis.

Só que, a partir daí, é preciso coerência. Se o objetivo for atender muito bem o cliente, o que fazer quando o número de clientes cresce? A resposta é simples, aumentar proporcionalmente o corpo de atendimento, mas sem perder a qualidade. Se houver precipitação ou ganância nessa hora, corre-se o risco de reduzir errado, não investindo em novas contratações e perdendo qualidade de atendimento no final. E porque isso acontece tanto? Por que as empresas crescem e ficam piores? Porque ficam mais complexas? Não, porque perdem o foco anterior (se é que ele existia).

Portanto, se o seu foco é realmente o cliente, invista nele! Invista em funcionários qualificados para o atenderem bem, invista em materiais de qualidade para o seu produto, invista em pesquisa, em novidades para surpreendê-lo, invista em relacionamento, em comunicação, em confiança (se você não estiver fazendo tudo isso, reflita: seu foco é mesmo o cliente?).

Com tudo isso, pode até ser que os resultados cheguem mais lentamente, mas certamente chegarão com mais solidez. E ficarão por muito mais tempo!

Lembre-se, a regra não é só reduzir! É reduzir com inteligência. E isso pode ser traduzido em: reduza pensando no seu objetivo!

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